Os alimentos podem ser ofertados em diferentes métodos, sendo os mais conhecidos “Tradicional”, “BLW” e “Participativo”. Atualmente, sabe-se que estilos mais ativos de alimentação podem melhorar a ingestão de alimentos, mas qual opção se adequa mais a rotina de seu bebê e de sua família?
A introdução da alimentação complementar é o processo que se inicia a partir dos 6 meses da criança, através da oferta de alimentos e líquidos para suprir as necessidades nutricionais quando o leite materno já não supre. A partir dessa idade, a maioria dos bebês demonstram capacidades motoras para guiarem sua ingestão.
Independente do método de introdução alimentar adotado, os alimentos devem ser oferecidos a partir das boas práticas de higiene e manejo e a criança deve ser supervisionada e estimulada através de olhares e conversas para se focar no momento de alimentação.
O método tradicional
Os alimentos podem ser ofertados em diferentes métodos, sendo os mais conhecidos “Tradicional”, “BLW” e “Participativo”. No método tradicional as refeições são comumente oferecidas bem amassadas, em forma de papinhas e colocadas na boca do bebê pelo cuidador.
Atualmente, sabe-se que estilos mais ativos de alimentação podem melhorar a ingestão de alimentos.
BLW, o Desmame Guiado pelo Bebê
O método de introdução BLW, Baby-Led Weaning ou Desmame Guiado pelo Bebê, propõe a oferta dos alimentos em pedaços pequenos, para que o bebê se alimente com as mãos, respeitando sua curiosidade, interesse e saciedade. Para praticar esse método é necessário que a criança consiga sentar-se e sem apoio, sustentar bem o pescoço e a cabeça e apresente estabilidade para agarrar e conduzir alimentos à boca.
Vantagens e características do BLW
Estudos recentes baseados em análise de famílias adeptas ao BLW demonstram que os bebês podem apresentar:
Menor propensão ao excesso de peso;
Menores exigências em relação aos alimentos;
Progresso mais ágil das habilidades motoras finas;
Desenvolvimento de músculos orofaciais;
Desenvolvimento de percepção sensorial;
Qualidade da função mastigatória;
Maior duração do aleitamento materno;
Maior auto regulação da saciedade;
Maior participação infantil nas refeições familiares.
A quantidade e frequência das refeições baseiam-se na aceitação da criança, e varia de acordo com a sua fase de crescimento, necessidades, quantidade de leite ingerido e aceitação.
De acordo com a agente de saúde Gill Rapley, criadora do método BLW,
"...muitos dos problemas alimentares que afetam as crianças mais velhas e suas famílias, tem suas raízes nos problemas relacionados ao controle.”
Gill Rapley em "Baby-Led Weaning: The Essential Guide to Introducing Solid Foods and Helping your Baby to Grow Up a Happy and Confident Eater"
Preocupações Relacionadas ao BLW
As principais preocupações relatadas pelas famílias adeptas são relacionadas a desordem nas refeições e desperdício de comida. Essas preocupações são válidas e podem ser minimizadas com o auxílio de profissional especializado no método.
Além disso, muito se discute sobre o risco de engasgos, porém, é comprovado que o número de engasgos de bebês adeptos ao BWL são geralmente semelhantes ou inferiores aos adeptos ao método tradicional. Quanto maior a experiência do cuidador e conhecimento sobre, maior confiança para adoção da alimentação guiada pelo bebê.
É necessário entender também que ainda não existem critérios normatizados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para indicação deste método, uma vez que materiais científicos com evidências clínicas ainda estão sendo produzidos. Desta forma, é importante que famílias interessadas procurem por um profissional de confiança para o acompanhamento do processo.
Abordagem Participativa
Essa abordagem une os conceitos dos métodos anteriores uma vez que é caracterizada pela oferta de alimento pelo cuidador e também pela alimentação assistida com participação do bebê. A criança é eventualmente estimulada a interagir com os alimentos, sentindo seu aroma e textura e se alimentando de forma autônoma além de também desfrutar de refeições recebidas por um intermediador, que dedica atenção aos sinais de satisfação e preferências alimentares.
Este mostra-se como um método alternativo ao BLW, uma vez que as preocupações referentes à ingestão de alimentos, sujeira, desperdício e praticidade são minimizadas. É caracterizado como uma introdução alimentar flexível, respeitosa, de contato leve e dinâmico à alimentação saudável, que pode se adaptar à rotina de cada criança e família.
Cuidador, não se preocupe em “errar” ou “acertar”, mas sim em aprender e melhorar experiências junto ao bebê! Conte com sua rede de apoio e um profissional de confiança para maiores instruções.
Saiba mais através da leitura do Guia Alimentar da Criança Brasileira Menor de 2 Anos e siga @giullianutri no Instagram para mais informações sobre Introdução Alimentar.
Referências:
ARANTES, Ana Letícia Andries e et al. Método Baby-led Weaning (BLW) no Contexto da Alimentação Complementar: Uma Revisão. 36. ed. Revista Paulista de Pediatria, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rpp/a/3DyCLNC63tR4mMVm96CbyWk/?lang=pt&format=html. Acesso em: 2 ago. 2022.
MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos. Brasília - DF, 2019. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_da_crianca_2019.pdf. Acesso em: 2 ago. 2022.
NUTRIMED. Diferentes Métodos de Introdução Alimentar: Tradicional, BLW e Participativa. Rio de Janeiro, 2022. Disponível em: https://nutmed.com.br/nutricao-clinica/diferentes-metodos-de-introducao-alimentar-tradicional-blw-e-participativa/. Acesso em: 2 ago. 2022.
OMS. Alimentación del lactante y del niño pequeño: Notas Descriptivas. [S. l.], 2021. Disponível em: https://www.who.int/es/news-room/fact-sheets/detail/infant-and-young-child-feeding. Acesso em: 2 ago. 2022.
Comments